Amigo(a) visitante:
Permita neste pequeno espaço relembrar alguns amigos queridos qua já partiram para um outro plano. Além da tristeza da perda, há também a tristeza de sabermos que no corre-corre da vida muito pouco tempo dispendiamos com nosso(a)s amigo(a)s, mais melancólico ainda, porém, é saber que após a nossa morte teremos bastante tempo, se, reencontrarmo-os, tomara que sim. Começo esta singela homenagem com o "Poema das mortes."
Poema das mortes.
Noutro dia eu procurava,
Desolado minhas mortes,
Uma a uma eu as contava,
Dor não fraca, dor tão forte.
Nelas eu me espelhava,
Tentando sentir a vida,
Nessa que me faltava,
Esperança inda perdida.
Eu vi as vidas que se iam,
Despojando-me suas presenças,
Olhos marejados não sorriam,
Assistir, minha cruel sentença.
De tantas que eu já contei,
Tantas dores me trouxeram,
Em mim mesmo eu me fechei,
Que, de tão minhas se fizeram.
Senti a morte entubada,
Na sina do meu velho pai,
Na tecnologia equipada,
Entre os bips e os meus ais.
Senti-a vagando comigo,
Pelos corredores do hospital,
Muitas almas em desabrigo,
Donde a morte não é banal.
Muitos tempos que de tão idos,
Instigavam-me a lembrança,
Múltiplos órgãos já falidos,
Infecção letal, sem esperança.
Por: Edison Cardoso Teixeira.